Iniciativa destaca a importância da doação para salvar vidas

Para enfatizar sobre a importância da doação da medula óssea, fornecer esclarecimento e incentivo a prática, a Policlínica Estadual da Região do Vale do São Patrício – Goianésia promoveu nesta terça-feira,14, uma atividade educativa para colaboradores e pacientes da unidade sobre o tema. A ação foi idealizada pela equipe multidisciplinar da unidade e foi conduzida pela interna de medicina Alice Elias Pinheiro de Souza.

A palestrante ressaltou que em 2009 foi instituído por Lei n°11.930/2009 a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, visando conscientizar a todos da importância da doação de medula óssea para salvar vidas.” Para ser um doador é preciso ir até um hemocentro e ser voluntário à doação”, disse.

Alice Elias explica que o sangue coletado é analisado por exame de Histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório para identificar as características genéticas do doador, que são cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade. “Os dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o voluntário será consultado para decidir quanto à doação”, afirma.

Para seguir com o processo de doação, é necessário a realização de outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde. Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto.

“O transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias, sendo que pessoas em tratamento de doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico podem ter o transplante como única esperança de cura. As principais são leucemias originárias das células da medula óssea, linfomas, doenças originadas do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, e anemias graves (adquiridas ou congênitas), dentre outras”, destacou a palestrante.

A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa as cavidades dos ossos. É exatamente na medula óssea que são produzidos os componentes do sangue, como: leucócitos (glóbulos brancos), hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas. O doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras, sendo que para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis.

A doação da medula óssea é um procedimento realizado no centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. “A medula é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções. O procedimento leva em torno de 90 minutos. A medula óssea do doador se recompõe em apenas 15 dias.. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação”, explica Alice.

A interna de medicina ressalta que existe outro método de doação, a coleta por aférese. “Neste caso, o doador faz uso de uma medicação por cinco dias com o objetivo de aumentar o número de células-tronco (células mais importantes para o transplante de medula óssea) circulantes no seu sangue. Após esse período, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação nem de anestesia. A todos os procedimentos feitos pela veia, sendo que a decisão sobre o método de doação mais adequado é exclusiva dos médicos assistentes”, revelou.

A palestrante reforçou sobre os locais para realização do cadastramento do voluntário, e foi finalizou a ação com uma frase da Campanha da Semana nacional de Doação de Medula óssea “Neste Natal, dê um presente a quem precisa de você para viver: cadastre-se como doador de medula”.